Foto: Jean Pimentel (Diário)
Depois de oito dias sem reajuste da gasolina e de anunciar que tentaria apresentar os novos valores do combustível em prazos de 15 dias, a Petrobras informou, ontem, o aumento de 1,02% no preço de comercialização nas refinarias. A partir de hoje, o litro da gasolina passará a custar R$ 2,2294 nas refinarias, dois centavos a mais do que os R$ 2,2069 cobrados desde 5 de setembro.
O litro do combustível nas refinarias já subiu 9 centavos em setembro, ou seja, 4,3% a mais do que custava no fim de agosto (R$ 2,1375). Em Santa Maria, os proprietários e gerentes de postos dizem que está difícil acompanhar tantos reajustes e de repassá-los às tabelas.
Gasolina pode ter reajustes a cada 15 dias
O sócio proprietário do Posto Ferrari 2 Henrique Denardin Portella diz que faz avaliações semanais dos preços para implementar os reajustes e que percebe queda no movimento do estabelecimento. Ele ainda comenta que, mesmo que a estatal não tenha informado o reajuste em 15 dias, e sim, em oito, imaginava que o anúncio seria de aumento, pois o etanol, que tem o aumento informado todas as sextas-feiras, subiu mais de 20 centavos em duas semanas.
- Isso refletiu em oito centavos na gasolina por causa do anidro, que é o etanol misturado à gasolina. Então, mesmo que a Petrobras espere 15, 10 ou 7 dias sem anunciar reajustes, quando o fizer vai levar o aumento do etanol em consideração - diz Portella.
Petrobras acaba com reajuste diário dos preços da gasolina
Ainda assim, ele não sabe como ficará o reflexo deste reajuste para o consumidor final, porque além de cuidar a tabela da Petrobras, é preciso ficar de olho na concorrência, para não perder mais clientes.
NOVA CARGA
O gerente do Posto Premium, Elias Gubiani, concorda que está cada vez mais difícil fazer os reajustes e que os clientes fazem comentários como se o estabelecimento fosse responsável pelo novo preço. Ele percebeu que as pessoas também estão abastecendo mais vezes na semana, mas menos litros, com esperança de uma queda nos valores.
Para o gerente do Posto Rota 11, Afonso Paulo Volkweis, o reajuste chega para o consumidor a partir do momento em que o estabelecimento faz a compra de uma nova carga. Ainda assim, Volkweis diz que é difícil garantir que os valores sejam mantidos por mais de uma semana, mas informa que, quando podem, não passam o reajuste ao consumidor final.
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- Tentamos manter o preço o máximo possível para fidelizar o cliente. Às vezes, por uma diferença de um ou dois centavos o cliente prefere ir a outro posto, então, ter estabilidade na tabela é o que fideliza. Mas mantemos o preço enquanto não está nos causando prejuízos - conta o gerente.
Na última pesquisa feita pelo Diário, em 3 de setembro, a gasolina variava de R$ 4,59 a R$ 5,05 em 25 postos da cidade.